Serguei Eisenstein e a questão da montagem

Morgana Beleza da Silva Almeida, 
João Portilho Pereira da Silva Junior, 
Keyze Cristine Moraes das Chagas, 
Lucas Maciel da Silva
e Karen Katarina da Silva Pinheiro

Sergei Eisenstein é um dos teóricos que, assim como Munsterberg e Arnheim, fazem parte de uma tradição formativa do cinema. Eisenstein possuiu uma grande importância para a formação do cinema como uma forma de arte. Sendo um cineasta de muitas ideias, foi um pensador eclético que abraçava diferentes temas em seus filmes. Participou de um movimento chamado “construtivismo” onde defendia o cinema como uma arte do “construir”. 


Material Básico 


Inicialmente, Eisenstein defendia que o plano era o bloco de construção fundamentalmente básico do cinema, porém, devido à constante mudança que suas ideias eram submetidas, esse conceito evoluiu para uma concepção um pouco mais complexa denominada de “atração” que colocava a interpretação do telespectador como fato importante para o resultado da obra. Em contrapartida, Eisenstein tentava estruturar essas “atrações” de modo que a mente do telespectador pudesse ser manipulada. 

Cinema e a Montagem 


Durante o processo de criação, Eisenstein criou diversas teorias que tiveram a montagem como objeto de estudo mudando bastante em relação ao seu ponto de vista inicial. Tendo noções mecanicistas simplórias inicialmente foram sendo alterados para mecanismos mais detalhados e imprevisíveis. Essa dualidade de seus pensamentos levaram Eisenstein à considerar o cinema como uma máquina e às vezes como um organismo sendo um objeto de expressão quase místico. 

 Eisenstein defendia um cinema não realista e usava os cenários, os figurinos e outros elementos para quebrar essa linha de pensamento do realismo. Através da “neutralização” a realidade era decomposta em blocos ou unidades, desse modo várias ideias sobre cores e sons foram criadas, ele defendia que esses elementos podiam ter vários significados de acordo com diversas combinações de planos que podiam atingir diretamente a mente do telespectador. 

A montagem para Eisenstein era como blocos de construção onde cada bloco deveria ser trabalhado de forma independente onde sua finalização daria forma ao cinema. Durante suas experiências criativas ele elaborou a teoria das montagens criando cinco métodos de diferentes complexidades. 

Métodos da montagem 


Montagem Métrica: Baseado nos planos e seus tamanhos, era a forma de montagem mais simples e mecânica, ele utilizava o comprimento e proporção dos fragmentos para formar a sequência, esse processo era constantemente comparado aos compassos musicais, aumentando ou diminuindo os tamanhos dos fragmentos ele buscava atingir o telespectador. 

Montagem Rítmica: Com esse tipo de montagem o tamanho do plano não era o único fator importante, ele buscava dar ênfase no conteúdo desses fragmentos de modo que se tornassem fatores igualmente importantes na composição do filme. Usando esses fatores de comprimento e conteúdo Eisenstein buscava criar sensações aos telespectadores. 

 Montagem Tonal: Na montagem tonal todas as sensações do fragmento são englobadas, ele usava as luzes, as cores, as formas, etc., como formas de reflexão durante a cena, essas reflexões levavam o telespectador a sofrerem um efeito emotivomelódico, pois as sensações geradas eram como vibrações mais elevadas. 

Montagem Atonal: Enquanto nas montagens anteriores os movimentos tinham dominantes específicos, na montagem atonal esses movimentos eram mais livres havendo uma ausência de movimentos de tensão, retirando todos os elementos dominantes e proporcionando estímulos igualmente sensíveis. 

Montagem Intelectual: Utilizando montagens mais complexas, Eisenstein buscava inserir suas ideias em sequencias mais expressivas. Apesar de mais complexa ele não considerava essencialmente diferente pois usava os mesmos princípios “nos níveis superiores do sistema nervoso”.

Baseando-se nos pressupostos teóricos, a equipe produziu o vídeo abaixo:



0 comentários:

Postar um comentário

 

Sobre

Espaço de discussão sobre as principais teorias do cinema, apresentando alguns de seus pensadores essenciais. Os textos são produções dos alunos do curso de Tecnologia em Produção Audiovisual da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).